A FILA ANDA

Dizem que a fila anda,
Que ninguém pode parar,
Que na beira do caminho
O trem pode nos matar.

É constante a marcha do tempo,
Precisamos nos antenar,
Não podemos ficar parados,
Olhando o tempo passar.

"Quem cala consente",
Quem para, fica atrasado,
Quando as duas coisas ocorrem,
Já estamos derrotados.

Ganhamos a vida de graça
E pegamos o barco andando,
É só fazer a nossa parte:
A vida está nos esperando.

UM SER ESTRANHO

O poeta é um ser estranho,
O poeta é um ser calado,
Mas na hora em que escreve,
O poeta fala dobrado.

O poeta é um ser estranho,
Que usa o poder da mente,
Por isso sabe o que quer,
Por isso diz o que sente.

O poeta é um ser estranho,
Que vive a vida que tem,
Que canta e conta seus versos,
Sem fazer mal a ninguém.

O poeta é um ser estranho,
Mas em seu trabalho é fiel,
A palavra é seu instrumento
E seu espaço é o papel.