domingo, 30 de setembro de 2007

SÓ PARA VOCÊ

Nas páginas do pensamento
Encontrei o seu nome escrito,
Li e guardei-o comigo,
Porque o achei bem bonito.

Em uma encruzilhada da vida
Defrontei-me com alguém,
O nome coincidiu
E era bonito também.

A história do nosso encontro
Só para você escrevi,
Desculpe estar incompleta,
Os detalhes eu esqueci.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

SAUDADE

Saudade,
Sentimento que se divide
Com quem fica,
Com quem vai.
Sentimento que se multiplica,
Vem à tona,
Mas de dentro nunca sai.

Saudade,
Sentimento que se soma,
Quando juntos recordamos
Um pouco do que já foi.
Sentimento que diminui,
Quando juntos compartilhamos
Momentos só para dois.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

A FLOR E O PÁSSARO

Um pássaro pousou
Em uma flor tão singela
E, como os seres humanos,
Encantou-se por ela.

A flor com o seu perfume,
As suas pétalas acolhedoras,
O pássaro com o seu canto,
A mais perfeita das emissoras.

A brisa balança o galho,
O galho sustenta a flor,
O pássaro abre seu bico
E canta com muito amor.

O despretencioso pássaro,
Com orgulho a flor beijou
E, depois, tranqüilamente,
Bateu asas e voou.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

VÍRGULA

Coloque a vírgula no discurso,
Para ser bem entendido,
A vírgula é um sinalzinho,
Que dá à fala mais sentido.

Coloque a vírgula quando escreve,
Para o texto ficar correto,
Use a vírgula quando necessário,
Sem se tornar indiscreto.

Use a vírgula entre os diferentes,
Para não ficar tudo nivelado,
Use a vírgula com moderação,
Não precisa ser exagerado.

Use a vírgula entre os iguais,
Para não generalizar,
Pois "cada cabeça é uma sentença",
Que precisamos respeitar.

Use a vírgula no lugar certo,
Em apreço ao próprio sinal
E, para encerrar a conversa,
Coloque um ponto final.

sábado, 15 de setembro de 2007

Quantas Palavras

Onde está?
Como está?
Por que não veio?
Quando virá?
Onde?
como?
Por quê?
Quando?
Quatro palavras,
Quatro perguntas,
Cada uma com seu peso.
Quanto pesam,
As quatro juntas?

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

É a Vida

A vida que levamos.
A vida que nos leva.
É a vida que nos faz viver,
É a vida que nos faz pensar.
A vida salta pelos olhos,
A vida se expande pela voz.
A vida nos faz andar,
Nós andamos pela vida,
Nós andamos com a vida.
É a vida que nos conduz
Pelos caminhos da vida.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Para ser feliz

É quase uma felicidade
Ser livre para pensar,
Agir, com os pés na terra,
Sair, andando devagar.

É quase uma felicidade
E sempre uma grande alegria,
Deitar e levantar tranqüilo
Ao nascer de um novo dia.

É quase uma felicidade
A sã consciência, a paz interior,
A certeza do dever cumprido
A vida, vivida com amor.

É quase uma felicidade,
Ouvir bom-dia, dar um sorriso,
Andar de bem com a vida,
Para ser feliz, é preciso.

Mãos

Mãos que atendem o corpo
Para lavar, para vestir...
Mãos que fazem gestos
Para reforçar a comunicação.
Mãos que transmitem carinhos
No ato de cumprimentar.
Mãos que se abrem
Na hora de doar.
Mãos que se fecham
Quando não sabem amar.
Mãos que se distanciam
Na hora de trabalhar.
Mãos que se aproximam
Para postas rezar.

( do livro: Um Pouco de Vida em Cada Poesia, 1980 )

domingo, 9 de setembro de 2007

A poesia que não sei

A poesia que eu não sei escrever,
É essa com palavras sofisticadas,
Fala uma coisa, se entende outra,
A mensagem, nem sempre, é decifrada.
A poesia que eu não sei escrever,
Tem pouca rima, geralmente,
Versos e estrofes se sucedem,
Mas não encaixam devidamente.
A poesia que eu não sei escrever,
É difícil, a mim, explicar,
Porque com palavras requintadas,
Eu não aprendi a trabalhar.
A poesia que eu não sei escrever,
Quem me lê, entende o que eu digo,
Porque os versos, que comumente faço,
Se parecem muito comigo.
A poesia que eu não sei escrever,
Explicar, é tempo jogado fora,
Pois é aquela, leitor amigo,
Que eu não escrevi, até agora.

( Antologia virArte Limiar, 2006 )